domingo, 19 de dezembro de 2010

Os fios de cabelos mexiam-se inquietos pelo vento, acariciando o peito, fazendo cócegas no pescoço e arrepiando as costas. Deve ter molhado os lábios, mas eles insistiam em ficar com pequenos riscos da secura. Porém a cor rosada dos lábios - talvez do batom, talvez não – permanecia. Sentada na cama do quarto, olhando para o nada... Nem sequer sabia se estava pensando. Não entendia mais nada. Músicas se confundiam, cenas eram fumaças... Não havia choro porque não havia motivo. Poderia estar lendo ou então conversando ao telefone, assistindo amenidades na televisão, mas estava ali: seu quarto, sua cama, o vento da janela. Também não tinha absolutamente nada de especial nesse cenário. Por que tem que se explicar e dar razão as coisas, aos atos, aos sentimentos? ... Sentimentos. Quisera não sentir, quisera não lembrar – seu coração apertou.

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