segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O contrário dessa ilusão

A cor envelhecida dessas tardes vazias e sem fim deixam-as mais quentes e abafadas. Mais angustiantes e sufocantes. O sol desbota as cores, bate e aguça essa enfermidade.
Sinta-se como se não houvesse socorro. Não tem socorro, nem cura, nem nada. Não existe remédio nem pomada para esse corte.
Ri. Porque de situação tão ridícula, só se pode rir. Ou queres que alguém enxergue a poesia, a intensidade e o sentimento do que não faz sentido, do que não existe? Faça o favor... Faça o favor de parar com isso.
A tua dor vale alguma coisa? Pra quem? Tua dor, teu riso, teu choro, tua embriaguez, tuas noites cruas em claro, teus desejos, tuas agonias, teu vazio infinito são todos em vão. Encara, repara!: aquelas lembranças todas são cotidianas, não há nada de especial.
Agora chora, te agonia e rola na cama sem conseguir dormir novamente. Sente o gosto da madrugada te gelar, ouve a luz da lua te humilhar e abra esses olhos - que não despertam nada em ninguém.

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