quarta-feira, 20 de abril de 2011

Assim, descontraído

A água quente estremecia seu corpo e relaxava seus músculos cansados de nenhum exercício a não ser sentar, ler, levantar, sentar... A luz da lua começava a brilhar, seus olhos se perderam em qualquer ponto do espaço onde se encontrava e os pensamentos encheram a mente.
Se houvesse amor, ela beijaria os seus defeitos sem se importar, pois os defeitos se tornariam amados. E se o amassem de verdade, aceitariam sua escolha. Claro que nem todos veriam a intensidade e o sentimento que fez com que ele optasse por isso, mas, ao menos, entenderiam.
A vida se faz, ao pensar assim, algo tão simplesmente complexo. Pessoas, acontecimentos, sentimentos, relações... Momentos. Um momento qualquer, palavras jogadas da boca para o ar sem nenhuma pretensão de atingir alguém, frases acompanhadas de risos, frases ou palavras marcantes para serem repetidas e ridas até...
Tudo o que viveu, o que aprendeu, gostou, amou. Tudo o que está vivendo, aprendendo, gostando e amando. E tudo isso no futuro também; continuar, repetir, moldar, estruturar, renovar. É sempre assim.
Com frequência lhe acontecem nostalgias profundas e angustiantes, mas essa, ainda pelo teor sufocante, não estava sendo assim. Leve, curiosa e morrendo de sede: desse jeito, essa nostalgia diferente para alguém tão confuso.
Queria dizer a todos ao seu redor o espaço que ocupam em sua vida, com toda aquela breguice que ele às vezes deixa escapar. O quanto gosta da convivência, dos risos e até das tristezas.
Imaginou se parasse de existir naquele exato segundo... Mas, bobagem. Porque existindo ou não, levaria consigo todo esse sentimento para sempre. Ninguém nunca saberia dos prazeres que os amigos lhe proporcionavam, do bálsamo do amor vivido e do gosto amargo do não-correspondido.
Pelo menos... Não do jeito que ele sempre irá saber.

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